O que me encanta e me deprime é saber que essa tal felicidade é tão efemera.
Tão buscada e tão incompleta.
Eu escuto mísseis explodindo e disparos de armas de fogo.
A todo momento.
Cada momento com um significado diferente.
Por vezes me surgem como fogos de artifício em comemoração da felicidadde que julgo viver.
Mas aos poucos ela dá lugar ao mundo paralelo, tão normal que me cansa.
Tenho 22 anos, sempre confundo. Fico sem saber se é 21.
Sinto medo. Medo de que seja assim para sempre.
Tudo me parece uma batalha insana e constante de tantas coisas e pessoas.
Chegar a algum lugar significa passar por algumas pessoas e levá-las junto, e por outros, você passa e diz "foi bom o tempo que caminhamos juntos, mas preciso seguir e meus passos já não são mais parecidos com os seus".
Eu pressinto que não tenho coragem.
que sou covarde.
Não quero fazer nem uma coisa, nem outra também.
Sinto que vou morrer, morrer dessa angústia de estar aqui rodeada e sozinha, estagnada no mesmo ponto desse caminho, com cara de cachorro sem dono que tem dono. Mas que a este, IMPORTA NA VERDADE que o cachorrinho seja seu amigo fiel.
A reciproca NUNCA é verdadeira.
Afinal, o que é um cachorrinho com cara de perdido se a vida dele se condensa e se satisfaz apenas em ser de alguém que se sente tão maior e mais complexo, com infinitas questões irresolvíveis se é que tal palavra existe questões grandes demais perto da carinha amuada do seu tão fiel cachorrinho, que por ser de fato FIEL fica ali ao lado. Calado.
Esperando que haja tempo.
Mas meu caro,
A questão é que animais não são tão safos. eles não sabem que tempo é relativo demais, e enquanto você acho que anos ainda se passarão para que o cachorrinho e seu dono ocupado com questões bem mais importantes vivam tudo que ele desejou viver para partir em paz. que drama.
Eu queria sempre saber que quando a presença chegar, pode ser que a ausência já tenha dado lugar ao escuro que tomou todo aquele coração e ele fica tão casado, que desiste.
Eu queria conhecer uma canção para ninar a saudade, a saudade do tempo que o cachorrinho sabia que o seu dono sabia que eles eram importantes. UM PARA O OUTRO.
E que sem um o outro não podia percorrer o caminho, porque ele ficava sem graça, sem vida, até que se chegasse o momento em que eles fossem sozinhos. mas que não soubessem ir...